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terça-feira, 13 de julho de 2010

Esse não vai pra gaveta

Das coisas que parecem ser. O que lhe parece ser, atrai como um enorme imã daquilo que só-se-parece-ser. Se parecia intocável, então pronto, estava certo e decidido que iria tocá-lo. Mas só parecia.
Das dores, gosta das que se parecem reais, as que parecem doer mais do que as dores de outrem. Não, não está doendo assim, querida. Parece que dói, parece.
Aquele tanto que se foi dito - e se parecia verdade -, que foi chorado - e parecia água salgada -, e que foi sentido entre gemidos e sussurros - e parecia gozo - desmanchou feito punhado de areia esfarelado entre os dedos e se espalha pelos cantos do seu quarto a cada suspiro de dor fingida.
De tudo o que você se parecia, sobrou bastante. Ainda se parece com o que eu já quis, o que já tive. Aquela que me dava um sorriso real, mais real do que tudo o que foi nosso. Já não suporto. Não mais.
Preciso que suma, mas suma de verdade, não que só pareça sumir.
Vai, corre de uma vez pra lá, pro outro lado! E não pegue atalhos que cruzem meus caminhos.
Já não te pareço nada e você persiste por andar em círculos, mas esses círculos não me parecem seus.

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