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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um peso, uma medida

Sim, ficou com você.
Escondido nas gavetas do seu armário no quarto, embaixo do grande baú, entre o estrado da cama e o chão. E para o resto, sobrou muito pouco ou nada.
Coloquei em um pote de vidro todas as minhas aflições meramente recordativas: respostas para perguntas que jamais existiram, medos bobos por coisas idiotas, aquele riso devastador que por tantas vezes me deixou insegura, sem chão sob os pés e que, logo depois, me embalava o sono.
Rosqueei a tampa sem colocar muita força. Na verdade, desejava que coisa ou outra acabasse por escapar durante a madrugada, como um dos medos bobos que mais tarde, talvez me pudesse servir de armadura.
Deixei o pote exatamente em frente ao abajur que você tanto gostava, deitei minha cabeça sobre o travesseiro e fiquei a fitá-lo. Mais do que fitar, eu velava a inércia de seu peso e meus pesares.
Dormi.
Escrevo porque é a última vez que me levo a sério.

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